terça-feira, 29 de junho de 2010

Erhu - um "violino", uma pele de cobra e um vestido amarelo

Um "violino" de duas cordas, um pedaço de pele de cobra e um vestido amarelo fazem tudo isso?


Vou começar a análise desse vídeo falando sobre o erhu, que é o instrumento tocado pelo "vestido amarelo". O erhu é conhecido como o violino chinês. É um instrumento composto pela caixa acústica, um braço de madeira densa e duas cordas. A caixa é coberta com pele de cobra de um dos lados e o arco é feito de bambu e crina de cavalo. Não pretendo entrar em maiores detalhes, pois este é um instrumento que merece um post próprio, mas essa breve explanação é importante porque poucos conhecem os (mágicos) instrumentos musicais orientais. De suavidade única, o erhu já teve seus altos e baixos na história do oriente, mas na "banda de cá" só é usado em festivais sobre a cultura oriental. De qualquer forma, não é só a beleza do erhu que faz desse vídeo um banquete aos amantes da arte. 

O cenário tem o dedo sábio de quem não apenas vê, mas contempla.

A artista que toca o erhu - inclusive acompanhada por outro belo instrumento - usa um vestido amarelo bem vivo, cor muito comum e apreciada pelos chineses, fazendo parte da bandeira da China, entre outras coisas. Ao fundo, o longo quadro lembra também a cultura oriental, pela sua simplicidade nos traços e no uso das cores. E ainda que haja flores vermelhas, o uso concomitante do vermelho, branco e preto, produzem uma atmosfera naturalmente neutra. Mas neutra no sentido de atrair a atenção. É embelezar o cenário sem desgaste do observador. O vestido amarelo se mantém lá, imponente. Mais do que isso, os cabelos negros da artista fazem o contraste necessário com a roupa.

A delicadeza nos outros detalhes do cenário compõe a completude da melodia.

Uma lição de filosofia chinesa, um vídeo, uma música, uma pele de cobra. A valorização de princípios e virtudes nos detalhes que permeiam um artista faz dele um artista maior.

domingo, 27 de junho de 2010

Versos de Ouro

Os 72 versos de ouro de Pitágoras


1. Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
2. A seguir, reverencia o juramento que fizeste.
3. Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.
4. Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.
5. Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.
6. Entre os outros, escolhe como amigo, o mais sábio e virtuoso.
7. Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele, que são úteis e virtuosos.
8. Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro,
9. Porque o poder é limitado pela necessidade.
10. Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões:
11. Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.
12. Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.
13. E, sobretudo, respeita a ti mesmo.
14. Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.
15. E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.
16. Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos;
17. E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.
18. Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for,
19. Dos sofrimentos, que o destino determinado pelos deuses, lança sobre os seres humanos.
20. Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.
21. E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.
22. O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.
23. Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.
24. Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.
25. Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora:
26. Não deixa que ninguém, com palavras ou atos,
27. Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.
28. Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas,
29. Porque é próprio de um homem miserável, agir e falar impensadamente.
30. Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.
31. Não faze nada que sejas incapaz de entender.
32. Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.
33. Não esquece de modo algum a saúde do corpo,
34. Mas dá a ele, alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.
35. O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.
36. Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.
37. Evita todas as coisas que causarão inveja,
38. E não comete exageros. Vive como alguém que sabe o que é honrado e decente.
39. Não age movido pela cobiça ou avareza. É excelente usar a justa medida em todas estas coisas.
40. Faze apenas as coisas que não podem ferir-te, e decide antes de fazê-las.
41. Ao deitares, nunca deixe que o sono se aproxime dos teus olhos cansados,
42. Enquanto não revisares, com a tua consciência mais elevada, todas as tuas ações do dia.
43. Pergunta: "Em que errei? Em que agi corretamente? Que dever deixei de cumprir?"
44. Recrimina-te pelos teus erros, alegra-te pelos acertos.
45. Pratica integralmente todas estas recomendações. Medita bem nelas. Tu deves amá-las de todo o coração.
46. São elas que te colocarão no caminho da Virtude Divina,
47. Eu o juro por aquele que transmitiu às nossas almas, o Quaternário Sagrado.
48. Aquela fonte da natureza cuja evolução é eterna.
49. Nunca começa uma tarefa, antes de pedir a bênção e a ajuda dos Deuses.
50. Quando fizeres de tudo isso um hábito,
51. Conhecerás a natureza dos deuses imortais e dos homens,
52. Verás até que ponto vai a diversidade entre os seres, e aquilo que os contém, e os mantém em unidade.
53. Verás então, de acordo com a Justiça, que a substância do Universo é a mesma em todas as coisas.
54. Deste modo não desejarás o que não deves desejar, e nada neste mundo será desconhecido de ti.
55. Perceberás também, que os homens lançam sobre si mesmos, suas próprias desgraças, voluntariamente e por sua livre escolha.
56. Como são infelizes! Não vêem, nem compreendem que o bem deles, está ao seu lado.
57. Poucos sabem como libertar-se dos seus sofrimentos.
58. Este é o peso do destino que cega a humanidade.
59. Os seres humanos andam em círculos, para lá e para cá, com sofrimentos intermináveis,
60. Porque são acompanhados por uma companheira sombria, a desunião fatal entre eles, que os lança para cima e para baixo sem que percebam.
61. Trata, discretamente, de nunca despertar desarmonia, mas foge dela!
62. Oh Deus nosso Pai, livra a todos eles de sofrimentos tão grandes,
63. Mostrando a cada um o Espírito que é seu guia.
64. Porém, tu não deves ter medo, porque os homens pertencem a uma raça divina,
65. E a natureza sagrada tudo revelará e mostrará a eles.
66. Se ela comunicar a ti os teus segredos, colocarás em prática com facilidade todas as coisas que te recomendo.
67. E ao curar a tua alma a libertarás de todos estes males e sofrimentos.
68. Mas evita as comidas pouco recomendáveis para a purificação e a libertação da alma.
69. Avalia bem todas as coisas,
70. Buscando sempre guiar-te pela compreensão divina que tudo deveria orientar.
71. Assim, quando abandonares teu corpo físico e te elevares no éter,
72. Serás imortal e divino, terás a plenitude e não mais morrerás.

Magic Wand

Michael Jackson - Remember The Time

Fantasy Geisha

sábado, 26 de junho de 2010

Arte

A arte, essa senhora desconhecida.

Por muitos contemplada, por tantos outros aplaudida. Por muitos admirada, por tantos outros incompreendida. Essa senhora, tão desconhecida.

Procurei o significado da palavra arte. Procurei em todos os lugares, em livros e nas ruas. Procurei em dicionários e em museus. Perguntei a rainhas e a plebeus.

Ninguém me respondeu.

A arte, essa senhora desconhecida.

Fui ao sábio dos sábios, e a ele perguntei. "O que é arte?".
Ele disse que não sabia, mas que seu professor teria a resposta. Mas se ele era o sábio dos sábios, quem poderia ser seu professor? Indaguei tacitamente, mas é como se ele me tivesse ouvido. Mostrou-me seu professor, e então eu entendi.

A arte, essa senhora.